quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ilhas poéticas: Poemanorama

De olhos fechados

Este, que não nos cega ou perturba,

nos condiciona à imensa visão.

Aquele que aprendemos sem saber,

sabendo que um dia há de ser.

Há de ter que usá-lo de olhos fechados,

sem conhecer a qual coração.

Nos emociona, nos encoraja a respirar o perdão.

Ensaiado, nos torna maiores no pouco que somos.

Em palavras, ele é o que não se pode descrever,

nem pelas mais belas e elaborados palavras.

Pois é um poder abstrato que reside em cada um.

Entre as forças ele é o mais suave e forte.

Entre tu e você, ele nunca está no meio,

encontra-se aqui dentro, aí dentro.

Em todos os lugares, em frestas.

Até na pequena e insalubre maldade,

que um dia há de se transmutar,

e de se tornar algo muito mais forte.

Por ele somos mais constantes, rígidos e flexíveis.

E sem ti, ele seria menor em mim.

Um pouco menos brilhoso e maravilhoso

Por graça, nós o temos livremente,

pois quem nasce o tem,

e quem vive o expande.

Em bocas falsas, ele não existe.

no peito que o tem, ele é símbolo íntegro.

Aquele ou este, aqui ou ali...

Este, está até onde o homem ainda não pode enxergar.

E até onde eu sei sobre ele, é realmente tudo que sinto por ti.

* Figura de Rafael Lewin



2 comentários:

  1. Que honra! Vc usou a ilustração que eu fiz.
    obrigado, mestre!

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