quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ilhas poéticas: Poemanorama

De olhos fechados

Este, que não nos cega ou perturba,

nos condiciona à imensa visão.

Aquele que aprendemos sem saber,

sabendo que um dia há de ser.

Há de ter que usá-lo de olhos fechados,

sem conhecer a qual coração.

Nos emociona, nos encoraja a respirar o perdão.

Ensaiado, nos torna maiores no pouco que somos.

Em palavras, ele é o que não se pode descrever,

nem pelas mais belas e elaborados palavras.

Pois é um poder abstrato que reside em cada um.

Entre as forças ele é o mais suave e forte.

Entre tu e você, ele nunca está no meio,

encontra-se aqui dentro, aí dentro.

Em todos os lugares, em frestas.

Até na pequena e insalubre maldade,

que um dia há de se transmutar,

e de se tornar algo muito mais forte.

Por ele somos mais constantes, rígidos e flexíveis.

E sem ti, ele seria menor em mim.

Um pouco menos brilhoso e maravilhoso

Por graça, nós o temos livremente,

pois quem nasce o tem,

e quem vive o expande.

Em bocas falsas, ele não existe.

no peito que o tem, ele é símbolo íntegro.

Aquele ou este, aqui ou ali...

Este, está até onde o homem ainda não pode enxergar.

E até onde eu sei sobre ele, é realmente tudo que sinto por ti.

* Figura de Rafael Lewin



segunda-feira, 27 de julho de 2009

Meu inferno e contos obscuros: O início

meu inferno1

Faço o sinal da cruz ao sair de casa

Lembro:

Minha mãe, escudo que me protege

Meu pai, a espada que me rege

Eu, um brasão que criou asas

Caminho, caminho, da luz ao inferno...

“Venham!” Grito aos demônios decadentes.

Caminho, de repente ando num chão, escada rolante amarela,

Que me leva para o Satânico ser vermelho ardente.

“Te peguei!” Sentado em seu trono, diz o ser maligno, com hálito mórbido.

Arregalada, responde minha alma que sonhava com um bom eterno infinito:

“Pegaste? Não criatura trivial das trevas, só vim cobrar a terra que me pertence,

quero vendê-la para aqueles que enganam ao Outro poderoso e seus serventes!”.

O tinhoso me oferece e acende um cigarro cheiro cravo envelhecido.

“Então o pequeno quer negociar! Quem disse que aqui é seu lugar?”. (mãos no meu ombro)

Aceito o cigarro! Acendo encostando-o no satânico ombro. “Agradecido!”. (respondo)

“Diz que aqui não é o meu lugar? Então qual é o meu lar?”. Balbucie ao anjo decaído.

“Ouça meu rapaz! Não tens lar ainda ao céu ou inferno, vive no contraditório!”

Cuspo a fumaça na face avermelhada, macabra e refaço a proposta:

“Devo admitir, já trabalho para o Outro! Aquele que me fez estar no purgatório,

mas procuro fazer justiça com o bem e o mal. Deixa-me comprar almas decaídas?”

O Capeta, de olhar desconfiado, pensa, pensa e pergunta com a boca esfumaçada:

“Não seja ingênuo, rapaz! Sempre trabalhei sozinho. O que ganharia com isso?”

Jogo o cigarro fora! Tiro de meu bolso direito, metade de minha alma. Digo: “Isso...

Cinqüenta por cento de minha alma de graça. E metade de meu tempo ao seu serviço.”

Rindo, o tinhoso diz: “O que queres realmente, tomar meu posto, rapaz pretensioso?!”

“Não senhor do mal, só quero ser justo! Juro, não procuro ser vaidoso!”

Analisando a mercadoria agora em mãos peçonhentas diz: “Vejo que esta é sua pior parte!

O que mais pode me oferecer, além desta parte de alma negra, diga pobre teimoso!”

Eu, cansado da conversa fiada, faço minha última parte da oferta, arrisco:

“Ofereço-te um lugar onde poderá passar suas férias malditas a se divertir Tinhoso...

Troca de lugar comigo, vá trabalhar pra ganhar o pão, Cramunhão maldito,

Posso apostar que lá terás um inferno melhor que o teu. Encontrarás trevas e céus todos os dias!

Coçando o chifre, o Diabo rei tem brilho nos olhos e estende-me a mão logo em seguida...

Diz: “Feito, pequena alma, fica no meu lugar durante alguns dias, estou a precisar de férias!

Assim o Capeta endiabrado subiu a escada rolante amarela e partiu para as malditas férias.

Eu, todavia, fiquei naquele reino e logo coloquei disciplina no inferno, fiz auditoria.

Brevemente descobri almas honestas perambulando no inferno de Dante...

Comecei um cadastro das almas ali, fichei quase todos, bons, maus e errantes.

Foram meses a fio na “infernosa” labuta, mas senti-me bem na ajuda aos dementes!

Quando depois de quase um ano no júbilo inferno, o Diabo volta à sua toca...

Diferente, bem aparentado, sem chifres, não era mais o Diabo. Pergunto invocado:

“Quem és figura angelical? O que queres na zona do mal? Responda, vamos rápido!”.

“Sou eu rapaz, o velho Diabo, meu antigo nome Lúcifer, agora não mais. Fui perdoado!

Em falar no Diabo... o que fez com o inferno rapaz, está tudo mudado... (olhando para os lados)

Não sei bem, parece que aqui está mais organizado, as lavas infernais estão brilhando,

Os malditos estão mais calmos, gritando menos, a sala de estar menos abafada...

Parece um pouco mais vazio, menos quente, mais leve, o que fez, conta!”.

Eu, desgarrado daquela nova imagem de Satã, não contei nada, repeti: “Perdoado?”.

E ele responde: “Sim, minha estadia em seu lugar me deu a rendição, já foi consumado...

O poderoso me perdoou, voltei a ser anjo, fui humildemente de volta aceito!

Vim apenas lhe dizer que este não mais é meu lar, agora sou bom e respeitado.”

Estático penso: “o que aconteceu com o mundo neste meio tempo? Diabo desculpado?”

Depois de o meu pensar, falo ao ex-Diabo: “Bem meu caro mais novo bondoso...

Não sei o que dizer, mas preciso voltar pra minha terra, ainda mais, logo cai o meu salário.”

Pois o antigo Cramunhão sorrindo diz: “Impossível! Tu foste sucumbido de cuidar de tudo aqui...

E, além do mais, está fazendo um ótimo trabalho, certeza, tem ainda muito a fazer, não pode sair,

entenda, sua missão pode ser fazer do inferno um lugar melhor, ou pior, agora tu és o dono!”

Ele me entrega um papel que estava em mãos, desde que chegou, escrito: “Novo proprietário”.

“Não!” Gritei. “Estudei, recebi educação, valores, tudo na minha vida, não foi pra virar demônio!”

Então vi o velho Diabo ao mesmo que ria por dentro, no fundo tinha dó de mim e de meu destino.

“Sei que é difícil filho, mas o documento é legítimo, foi feito pelo Outro poderoso, é ele quem manda.

Não há escolha, apenas aceite e se adapte ao seu novo lar, agora seu mais novo inferno.”

Vertigem, náuseas, senti-me traído. Estaria o Criador, tentando me recriar como Diabo?

O antigo Diabo, agora chamado Luciano me devolveu a metade ruim da minha alma...

a readicionei em meu ventre espiritual, todo o mal e vejo o ex-Diabo ir embora para o paraíso,

feliz e perdoado; eu agora sou o Diabo, não acredito. Como me portar? Como ser um maldito?

Eram perguntas respondidas pelo silêncio, quebrado pelos gritos infernais no meu novo lar.

Rasgo aquele documento, num ato de besta-fera, coloco fogo, fumaça negra comprime o ar,

Penso de novo, e de novo e de novo... “Não é possível Deus agora é um Demônio...!”

Repito aquele pensamento uma centena de vezes, milhares, num só instante, estava com nojo.

Enojado daquele jogo de Deus, Diabo, Demônio, bem, mal, certo, errado e todos os rótulos.

Tive idéias anárquicas! Mas foi só por um instante. Me voltei, fui e sentei em meu novo trono.

Lá permaneci. Meditei durante algum tempo no inferno. Não se conta os dias, meses ou anos.

Pensei com mais calma, mas nada concluía. Só Sentia a dor da traição, mas de quem realmente?

Do mundo? Do poderoso criador? De mim mesmo por ter ido ao inferno como um demente?

Só queria ser justo com o equilíbrio do universo, não importa mais! Estou preso perdidamente.

Aceito afinal! Só guardo a rebeldia em um de meus olhos, quando demoninhos chacais batem.

Treme a forte porta de material desconhecido na minha sala de estar do castelo infernal.

Eram dois! Um: “Licença! A verdade já tomou o inferno todo, és a nova forma do mal,

Tu, senhor que era o substituto tornou-se insubstituível, és o mais novo dominador infernal.

O outro completa: Trouxemos o novo traje a ti, nosso senhor e pedimos tua benção!

Olhei os dois infelizes e não relutei: “Estejam abençoados! Deixe-o por aí e ide!”

Peguei em mãos o meu novo traje, um sobretudo preto de mangas vermelhas, com botão...

um chapéu e uma bengala, parte superior cromada e a ponta de baixo em forma de tridente.

Vesti. Finalmente me transformei por completo no novo Diabo e caminhei para fora do castelo.

Fui em direção a infeliz multidão, lentamente com meu traje, disse: “demônios carentes...

uma nova era nasce, uma nova nação infernal. Muito por aqui irá mudar, mas continuará quente,

não preocupai-vos, todos os que merecem continuarão aqui e os injustiçados serão liberados...

expurgados de volta a terra para o renascimento.” Todos os demônios me olham silenciados.

Minha voz era alta, mas uma mulher endemoninhada chega próximo e pergunta ofegante:

“Mas o senhor não pode fazer isso... não é só o Outro quem tem este poder do “Reencarnate”?”

Respondi ainda mais alto: “Pois aí está à diferença, não quero ser mais que o Outro...

Vejam, eu serei o maldito sem horror, o mau justo, não quero ser mais poderoso...

serei exatamente o que o senhor Outro quis, serei menos e tanto quanto ele.”

Enfim os aplausos dos malditinhos, vulcões e lavas transbordam após meu discurso,

assim encerra o início de meu reinado. Voltei para dentro junto ao meu trono...

já começava a esquecer todo o meu lado humano, minha família, amigos, meu lado bom,

resolvi fazer uma última visita. Fui lá, subi a escada rolante amarela que abre o chão.

Caminho, caminho... com meu traje preto, minha bengala tridente e agora sem coração.

Neste estágio, sou o Maldito, o Diabo, o Tinhoso, o anjo caído, o Cramunhão,

Me tornei de verdade no Senhor dos demônios, dos desesperados, até quando?

De qualquer forma, sigo para a antiga casa em que habitei, para um desejo humano.

Não faço o sinal da cruz ao chegar perto de casa

Lembro:

Minha mãe escudo que me protegeu,

Meu pai a espada que me regeu,

Eu, um infeliz brasão que perdeu asas.

Mesmo assim beijo o chão da família que me acolheu.

sábado, 25 de julho de 2009

Crônica Lupina

VIRE A PÁGINACrônicasLobo

Aquela página insiste em permanecer, aberta, amarelando-se com o tempo. Sim, esta página, número 21. É percebido que está curioso pela próxima folha, a seguinte. Vejo os seus dedos, suando aquelas gotículas salgadas, cheias de esperança pela mudança da história. Quer saber se tem fim ou não, mas quando chega à última linha, simplesmente retrocede. Começa a analisar tudo o que fez e o que outros co-autores escreveram também. Foram muitas emoções, violências, amores, ardências e sentimentos verdadeiros, com pitadas minuciosas de ironia e sátira. Tudo impresso em cada palavra respingada nela. A cor das letras consoantes, carne e das vogais, sangue, em linhas feitas de suor. De certo, outras páginas, muito mais haviam sido escrito, com menos sangue, menos carne, mais razão, experiência e um pouco de frustração e depressão, também tinha uma moderada alegria madura com letras menos deformadas e juvenis. No entanto a insistência permanecia, vira e mexe, lá estava aquela débil folha aberta, naquele livro grosso de mais de novecentas e tantas páginas, muitas outras nem iniciadas. Existia uma certa tortura “sado” em mantê-la aberta, mofando, apodrecendo. Havia sim, a vontade de modificar algumas palavras, alguns “sims” no lugar dos “nãos”. A troca de algumas lágrimas por sorrisos, mais diálogos doces, menos ácidos. Não tinha jeito, escrito estava. A página estava feita e era passado vivendo presente naquela casa. Pobre! Como uma simples página poderia ser tão perturbadora? Era apenas papel e uma porção de letras combinadas logicamente, dançando em frente aos quase maduros olhos. Outrora, quando esbravejava estrofe por estrofe, parágrafo por parágrafo, este que escrevia junto a outros, não pensava que o número 21 daquele livro seria tão difícil de superar e para os nebulosos pensamentos do escritor principal, aquela página era a chave pra tudo. Por isso da dificuldade de virá-la. Eram anos e mais anos, o mesmo ritual, tomava banho, vestia a roupa velha de dormir, escovava os dentes e pouco antes de se deitar, relia a maldição. Tudo começava numa festa e terminava em lágrimas. A folha além de amarelada pelo tempo tinha uma certa marca de respingos chorados algumas vezes, quase que deformando as letras sangue e carne. Em absoluto, se por ventura alguém lambesse a folha, sentiria um salgado com profundo sabor amargo, repuxado ao rum e menta metal. De fato, ninguém faria isso, as pessoas não suportavam mais ver aquela página aberta por tantos anos, nem alguns co-autores, os que sobraram e ainda continuam participando do livro. Eles não agüentavam ver aquele escritor nostálgico se torturando todos os dias, tentando descobrir algum enigma na velha página. Diziam: “Esqueça essa página, vire-a de uma vez. Não entende que outras pessoas já a viraram? Nunca encontrará o verdadeiro sentido vendo esta folha todos os dias de seu futuro. Não a torne sua maldição, concentre-se em escrever outras melhores e a desvincule de seu livro!” Mas teimava em mantê-la aberta, respondia ao que achava insulto por parte de outros: “Deixe-me, este é meu passado, minha página, minha vida, meus amores e demônios. Pensa que não a quero virar? Pensa que não tentei? É só a paranóia que me impede, não acha isso muito pra um alguém como eu?” E lá continuava a página sendo analisada, por aquele escritor que resolveu mantê-la separado das outras do próprio livro, separou-a e a tornou em um livro de uma página. Mandou encadernar com capa dura. Mantinha-a mais viva que a própria vida existente no agora, mas ainda pode-se ver a intrínseca vontade e desejo de virá-la, ou melhor, rasga-la de vez em mil pedaços e colocar fogo naquele tanto de sangue, carne e suor passado, tudo unido naquela página 21 da vida do sujeito. O passado o impedia, havia duas esperanças; de destruir definitivamente aquele tormento; ou continuar exatamente de onde havia parado há anos atrás, uma ilusão sórdida e abastarda que inflava e nutria a loucura alheia. Cabeça dura! Façamos coro: “VIRA! VIRA! VIRA!” Quem sabe ele ouve o povo? Eu lá tenho minhas dúvidas, porque quem quer na vida se amargura!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Poemanorama – Caboclinha


Um homem branco, pálido ex-desgarrado, alto pensou:

Caboclinha de pés de barro que desliza no mato,

me encontrou perdido sem bússola em mãos!

Orienta-me pela luz das estrelas num céu de relâmpago...

Quebraste a cápsula que empedrava meu coração!

Então a cachoeira enfrentando a seca falou:

“Chuáaa... abraça o menino perdido, quase em desgraça...

mostra a linguagem da mata pra onça mulher não lhe pegar!

Desliza a boca no lábio, corpo e na alma do menino,

Tupã protege, até agradece pelo bom amar... Chuáaa”

Ah! Minha caboclinha, beijo salgado e doce igual erva-doce...

Minha amargura fugiu da rede dos peixes sem dono...

aqui supri um pedaço do seu espírito selvagem e chuvoso..

noite de lua escondida, o sopro sussurrou um perfume fabuloso!

A lua no meio do escuro, perfumosa, titubeou:

“Só apago minha luz quando nova estou.

Hoje quero ver o amor iluminado até o sol nascer...

Deixa-me olhar as raças misturarem-se, enfurecer...

para os raios e cometas me acompanhar no amanhecer!”

O dia veio rápido e a cabocla agora em meus braços,

pele macia e olhos nublados... O sol brilhou num mormaço.

Despertou-nos no mesmo momento, num só compasso...

Pra despedida da vida na mata, pro sol trilhar minha ida pro barco!

O sol com raio amarelo-alaranjado murmurou:

“Aonde vais homem civilizado... desalmado!

Volta pro seio da cabocla... nasceste pra morar na oca...

plantar mandioca, pescar sustento, andar na mata, no gramado!

ó te aquecerei se amar a cabocla menina... até o fim de teu cansaço!”

sexta-feira, 17 de julho de 2009

MEDO

Adentrou em meu lugar de silêncio antiquado, um senhor, parecia caquético e ligeiramente sujo, mas mais por preguiça de se limpar do que qualquer outro motivo. Disse-me:

- Bom dia! Estou procurando algo pra comprar, mas não encontro...

- Pois não meu senhor, trabalhamos com boas e qualificadas antiguidades.

-Pois bem moço, estou vendo. Tem aí MEDO pra vender?

- Como? (Ri de lado)

- Medo moço! Medo, não sabe não?

- Lógico que sei senhor, mas é que medo não se compra ou vende em lojas.

- Sei sei, já me disseram isso, numa loja de conveniência logo ali atrás, na rua contramão, do lado do boteco dos filósofos. Mas como aqui vende coisas velhas vim ver se tem um medinho qualquer, velho, embolorado, e, barato se possível.

Pensei: "O velho é louco e está tão infeliz sem um medo, não custa ajuda-lo!"

- Peraí, peraí, lembrei! Acho que tenho um bem aqui, um minuto por favor.

- Você está brincando filho, tem mesmo? (Os olhos idosos brilhavam corajosamente)

Voltei, em minha mão direita uma arma velha do século XVII inglesa e na esquerda uma mortalha.

- Olha aqui seu velho maluco, vou te matar, essa arma está funcionando perfeitamente, depois de te dar um tiro na cabeça, vou te vestir com essa mortalha portuguesa de 1932, farei isso de graça seu desgraçado, e deixarei seu corpo apodrecendo em meu sótão.

O velho esmoreceu os olhos antes brilhosos e saiu correndo de meu antiquário, suando como um menino de 8 anos. Parecia feliz, parecia com medo. Ah como é bom ajudar as pessoas, mas o dinheiro que é bom não vem. Que medo de ter de fechar minha herança de família.